O barbeiro e nós, clientes, estamos a falar duns plantios de cerdeiras, que um banco fijo por aqui cuns fondos de inversión.
Dizemos "fondos de inversión" por que o nosso vocabulário é orfo e recorremos ao espanhol quando temos que falar de cousas novas ou de moi arriba.
Esbardalhamos e falamos por falar.
O barbeiro latrica moito, e com falares velhos. Sabe-che bem contos e dixo-me-dixo-mes.
- Essa madeira nunca cortada se verá.
- E logo?
- É umha estafa. Bô, som-che trapalhadas, sabes quanto custava cada cerdeira?
- ...
- Custou-lhes quinientos euros.
- Quinhentos!
- Home, já vinham medradas, de quatro metros.
- Si, a cada umha tivérom que lhe ponher um valouco e ainda o tenhem, tam altas e finas que vinham.
- Eu nom sei que vos diga, é um fondo de inversión verde, e andam a botar quanta merda podem, que corvo que vai dar ali morre c'a química.
- E aí nom estava o presidente do Real Madrid metido?....
- Aih, o Madri est'ano ...
Valouco!
Os dicionaristas tinham recolhido baloucada como pancada dada com estaca, mas existindo baloucada o objeto baloucador tinha que existir tamém.
E Dom Elixio Rivas Quintas assi o recolheu.
Chama a atençom que à par de balouco está o baloco co mesmo significado, mas nesta deriva ubérrima da fala já tenho ouvido ourelha e ouvelha.
E a pótiga como póutiga.
Fai-me pensar o valouco no valado.
Aqui o nome de valo e valado vai ficando apenas para os muros velhos de terra que limitam as agras.
E estendeu-se o nome castelhano de valla, /balha/ para os cercados de nova feitura.
E é que os valados e valos antigos eram feitos fazendo umha vala, umha cavadura, um suco chamado cova, e amoreando essa terra num murete de defesa, que co tempo e as geraçons se ia erguendo e aumentando coas pedras que o arado levantava.
Daí que valoco seja çanja tamém.
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