Espir , despir.
Aqui vou com outra história.
Vai sobre a argumentaçom na que muitos galegos se escudam, ou excusam:
"Assi dezia a minha abuela".
A minha avoa, aprendeu a modista num talher por alô por Limodre.
Nos seus primeirinhos dias naquela sala cheia de feminidade, pedírom-lhe que provasse uns vestidos que queriam entregar. Ela nova e bem feita: umha modelo.
- Onde me ispo? - perguntou.
A sala da costura saltou em gargalhadas, risos, e burlas para a polinha adolescente.
- Ai nena, nom sejas da montanha, aqui nom se di espir, di-se desnudar-se.
Cinqüenta, sesenta, anos depois contou-me isto, quando falando eu algo de espir, ela abriu muito os olhos e a boca.
Cinqüenta anos nos que nunca voltara a dizer "espir".
Algo semelhante aconteceu coa palavra avô, quando numha forte discussom co meu abuelo, como me ensináram a chamar-lhe, saiu-me o berro:
- Avô! Nom é assi como ti pensas!
Ela, a minha abuela, tamém abriu outra vez moito os olhinhos e a boca.
Quedou dizendo polo baixo "avô, avô, avô ..."
E contou daquel velhinho marinheiro e lavrador, que no page da comida, apartava as patacas mais deliciosas para a nena, para ela, o seu avoínho.
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